De sepés e martins fierros
Juliano morenoPelo jesuíta pioneiro
Saltou dos chacos guaranis
Pra este rio grande fronteiro
O índio amansou na guerra
E nos deu pra uso campeiro
Se criou solto nas pradeiras
Singrando um mundo de pastos
Empurrou a pé o rio grande
Juntou fronteira com rastros
E até o mapa tem a forma
Da parte interna de um casco
Desde então homem e cavalo
Seguem nessa trajetória
Parceiros de lida e farra
Irmãos de dor e de glória
Um não vive sem o outro
E sem os dois não tem história
Tenho no sangue Coxilhas
E eternidades, cincerros
Vivo a caballo soy gaúcho
Rodeado de gado y perros
Com a mesma alma de potro
Dos sepés e martin fierros
Deus pai montava um pingaço
Quando criou esta querência
Souza Neto um flete bueno
Quando gritou independência
E o Bento peleou a cavalo
Contra a opressão da regência
Garibaldi um italiano
Pintor de imortais, de buchos
Mostrou que é muito mais fácil
Nos derradeiros repuxos
A gaucharem-se os gringos
Que a gringarem-se os gaúchos
Cada cavalo que encilho
Quatro esteios de crioulismo
Relincha neste meu canto
Alimenta meu lirismo
Com o tutano da pátria
Que emana do gauchismo
Tenho no sangue tropilhas
De relinchos y cincerros
Soy gaúcho vivo a caballo
Entre manadas y perros
Com a mesma alma de potro
Dos sepés e martins fierros
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