Real pesadelo
Julio codeMinha morte a distância
Sinto a refrescância
De meu corpo frio
Um seco na garganta
Ao clamar por um sonho
Medonho não saio ileso
Represento leito
Ao ser espreitado pelo desfecho
Trecho de um verso profético
Me traz ao plano real
De real tão pesadelo,
O confronto me faz anormal
A dor sem forma
Transforma a nada
O meu intelecto
Pensar de mais
Me faz confuso
Ainda que seja o correto
Cruz credo
Procuro respostas
Pra tudo a todo tempo
Contra o vento que calo
Me vejo vagamente lento,
Tento,
Mas é difícil calar-me
No atual instante
Acalmar a mente
E preparar
Para distúrbios constantes
O sonho se faz pesadelo real
Me consome
Ao espreitar-me na calada
A noite me faz relevante
Num prelúdio do amanhã
Que ruma a vários futuros
Distante o rumo ao qual rumo
Em meu abismo absoluto.
A vida cria espaço
E noutros passos
Milha de obstáculos
Ao que espero
Prospera a dor
Indeciso me maltrato
No espelho
Me vendo vulto
Quase não me reconheço
Desta vez me vem a angústia
Sobrecarregada de medo
O amanhã é sutil
Abstrato
Cheio de ameaças
Por um segundo
Vejo o que me cala
Mais que mordaça
Me prende sem força bruta
Refém me faço sem luta
Quero resposta lógica
Porém me perco na busca
Dentro de um pesadelo
Sonho com o final feliz
E por um triz me vejo abandonar
A cruz que um dia eu quis
De complexidade basta
Ás vezes sou vulto
Ando confuso
Meio assustado
Mas não fico mudo
O sol se põe cai a noite
O medo assola e domina
A fraqueza humana castiga
Urbana dor se imortaliza
Em passo de segundos
Uma decisão leva a falha
É o mal de hoje
Concebido desde o tempo do nada
Trilha perversa
Só afaga e maltrata
Os corações alheios
Traz a dor como num sonho
Revestido por pesadelos
Num desejo incontrolável
E de certo abismo fácil
Num rasgo de unhas e dentes
Volto ao meu passado
Conturbado
Cheio de boas
E más lembranças
Que me cercam
São como adagas atiradas
Em meu psique e não erram
Já me sentindo fraco
Cabisbaixo
E sem nenhum propósito
Me acabo só num tom
Gritando alto em expressão de ódio
O amanhã é sutil
Abstrato
Cheio de ameaças
Por um segundo
Vejo o que me cala
Mais que mordaça
Me prende sem força bruta
Refém me faço sem luta
Quero resposta lógica
Porém me perco na busca.
Num caderno
Azul tilibra miserável
Me gasto em palavras
Rimas psico-deprimentes
Me reduzindo ao nada
De quebrada
E só me passam
Algumas visões do futuro
É quase sempre óbvia
A destruição e o fim de tudo
Absurdo
Lutos consumindo-me aos poucos
E se me rendo a parte ruim de mim
Já vem o desgosto
Meu lado suicida
Como sempre
Vem ditando as regras
E eu cobaia de mim mesmo
Seguindo as cegas
Rumo ao abismo
De um psique desnorteado
Um corpo jovem
Porém já cansado
E se tornando frágil
E é como estar aos vinte e um
Com peso da terceira idade
Longe de vaidades
Preocupado com a simplicidade
E em menos tempo
Que o verso que escrevo
Menos que a tudo que vejo
Sinto como um devaneio
A proliferação do erro
O amanhã é sutil
Abstrato
Cheio de ameaças
Por um segundo
Vejo o que me cala
Mais que mordaça
Me prende sem força bruta
Refém me faço sem luta
Quero resposta lógica
Porém me perco na busca