A poesia dos campos
Leôncio severoDo madrugada campeiro
Quando o sereno da aurora
Enfeita a teia de aranha
Seguindo o velho ritual
A romaria do gado
Deixa um poema estendido
No pasto ainda molhado
Lá na várzea feito contas
As garças sobre a lagoa
Contrastam vestidos brancos
Contra o verde das taboas
[E a cavalhada no arreio
Florão maior dos campeiros
Anda condensada em lombo
Pelejando no potreiro
Hoje uma nuvem perdida
Veio chorar na coxilha
Estendendo um pala branco
Sobre o lombo das flexilhas]
Entendo a alma dos campos
E toda sua poesia
Do sol madrugando a vida
Ao matiz do fim do dia
Aos olhos de um campesino
A Natureza é fiel
Bordando o véu das retinas
Ou flores doces de mel
E ao cair da Ave-Maria
Boto o chapéu contra o peito
E bendigo a Mãe Divina
Por fazer tudo perfeito
[E a cavalhada no arreio
Florão maior dos campeiros
Anda condensada em lombo
Pelejando no potreiro
Hoje uma nuvem perdida
Veio chorar na coxilha
Estendendo um pala branco
Sobre o lombo das flexilhas]
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