Romance de um posteiro
Leôncio severo
Quando me deram para erguer numa invernada
Um rancho humilde, igualzito a uma joão-barreiro
Deixei da sina de teatino pelo mundo
Pra enraizar-me vida a fora de posteiro
Um rancho humilde, igualzito a uma joão-barreiro
Deixei da sina de teatino pelo mundo
Pra enraizar-me vida a fora de posteiro
E despacito fiz meu rancho bem quinchado
Perto do umbú que foi guaxo igual a mim
Estendi cercas pras mangueiras num sentado
Eu que negava pelos rumos do sem fim
Limpei cacimbas e da lida fiz carinhos
Nesta invernada esquecida aos cafundós
Mas quando cevo meu amargo, este caminho
Tenteia a alma, por saber-me assim tão só
Chinoca linda, que ainda sei, na espera
Deste posteiro que hoje cedo, ao madrugar
Viu no umbú refazendo uma tapera
Dois barreiritos me dizendo ir te buscar...
Por isso, estrada, destramela tuas porteiras
Que a galopito, este andejo, hoje posteiro
Trará a garupa, a chinoca companheira
Para enfeitar o viver deste campeiro...
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