Todos dormem e eu aqui no frio,
A cidade é um quadro vazio.
Minhas janelas já não abrem mais,
Amor, por favor durma bem, descanse em paz.

Em meus sonhos vou te buscar,
Em qualquer lugar do céu, seu novo lar.

Amor, por que foi embora
Tão cedo assim na nossa manhã?
Reclamarei ao mundo afora,
Ó doce Létria, ó puro afã.

De meus braços tão cdo foi levada
Aos arcanjos que em supremo assento etéreo,
Com trombetas em ritmo funéreo,
Concretizou à morte tua chegada.

E desde então vivo eu cá duro, sempre sério,
Poetizando a perda de uma amada
Que em coração e em alma carregada
Livra-se do Instinto, teu mistério.

E enquanto o tempo rói o osso, a fibra,
Entrego-me ao ascendente, frêmito Libra
Com o qual enlouqueço-me em razão.

E sigo-me a errar por tal ventura,
A idéia instiga-me que a cura
É parar fisicamente o coração
(Para transformar-me em emoção
E encontrar-te novamente nas alturas).

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