Mulher
Maurício muniz
Sei que o dia inteiro é fossa
E a noite você engrossa
E me bate por prazer
E quando vê o erro marcado
No meu corpo acentuado
Se desculpa e mostra a cama
Me demito desse cargo
Cuspo fora o gosto amargo
Me desfaço desse drama
Essa certeza à minuta
A minha vontade furta
De chamar isso de lar
Sei que a minha conduta
Frustra te amputa
Prostra te executa
Amor me escuta
A sua vontade bruta
Me queima feito cicuta
É um cajado violento
Arranque dos olhos o seu embuste
A alma no corpo ajuste
Que suporta o meu tormento
Você faz do grito a sua senha
Que me retalha e me desenha
Até o ódio em mim ferver
Você anda no rastro de minha trilha
E me morde na virilha
E deixa os amigos ver
Que esse amor que tanto vinga
Vive febre e forte íngua
Um rebento desvairado
Já não durmo só viro pro lado
O nosso amor ficou cansado
Feito astúcia de minha língua
Eu sustento a casa há mais de ano
Faço o jogo e passo o pano
Só pra não te aborrecer
Me sinto na forma do desleixo
Feito um caminhão sem eixo
Um veneno a contorcer
Este homem me consome
Me jogou um sobrenome
Nada mais soube dizer
Largo a sua vida agora mesmo
Levo o meu destino vesgo
Nem a cama vou fazer
E a noite você engrossa
E me bate por prazer
E quando vê o erro marcado
No meu corpo acentuado
Se desculpa e mostra a cama
Me demito desse cargo
Cuspo fora o gosto amargo
Me desfaço desse drama
Essa certeza à minuta
A minha vontade furta
De chamar isso de lar
Sei que a minha conduta
Frustra te amputa
Prostra te executa
Amor me escuta
A sua vontade bruta
Me queima feito cicuta
É um cajado violento
Arranque dos olhos o seu embuste
A alma no corpo ajuste
Que suporta o meu tormento
Você faz do grito a sua senha
Que me retalha e me desenha
Até o ódio em mim ferver
Você anda no rastro de minha trilha
E me morde na virilha
E deixa os amigos ver
Que esse amor que tanto vinga
Vive febre e forte íngua
Um rebento desvairado
Já não durmo só viro pro lado
O nosso amor ficou cansado
Feito astúcia de minha língua
Eu sustento a casa há mais de ano
Faço o jogo e passo o pano
Só pra não te aborrecer
Me sinto na forma do desleixo
Feito um caminhão sem eixo
Um veneno a contorcer
Este homem me consome
Me jogou um sobrenome
Nada mais soube dizer
Largo a sua vida agora mesmo
Levo o meu destino vesgo
Nem a cama vou fazer
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