Basquiat
MenestrelÉpocas passadas eu falava, hoje escuto
Vou comprar uma scooter, vou voltar pro estúdio terminar os estudos
E se o problema é ser bonito, então vou viver no escuro
Quem já foi lá me disse que isso é vislumbre
Analgésico pra cabeça então vou voltar pro tédio
Que tudo pobre é de costume, quem quer tá dentro, não assume
Se prostram muito ocupados com o próprio sacrilégio
Encosta a cabeça, se engana e vai dormir
Que sonhar acordado não faz parte do pacote
Porra, eu quero a minha liberdade, disse aos berros pras paredes
Respirei libertinagem, caí no seio da malandragem
Brasília hoje é tão selvagem
A grana pede quem tem mais vantagem
Por pouco quase eu não me surpreendi
Meu bloco de notas virando outro souvenir que eu não uso
Se eu soubesse menos
Talvez eu pensasse menos
Talvez eu falasse menos
O que eu penso de mim
Pra não dizer que eu só falo do ódio
Fala com Deus e pergunta sobre o que rolou no dia do meu último oratório
Por que pensam tanto no pódio?
Se ainda jogam com as nossas mentes, criam um mundo ilusório
Voz metade da metáfora, mundo eterna diáspora
Religião formam países e suas crises existenciais
A caça do caçador, sangue não te circulou
O mundo não se circuncidou e agora tá geral fodido
Embate é o baque
Barreiras e bastiras
Nega o fim do ciclo e a cada segundo
Nasce um novo basquiat
Baste-me e se bastará
Não embace esse vidro
Mas embasado em mentiras
No que devo me basear?
Se quer saber ou não, ou não
Se a vida é igual uma roda, funciona quando cê gira
E mesmo que acabe devo uma explicação
Antes eu tinha mais motivos, hoje só passo por ira!
Se eu soubesse menos
Talvez eu pensasse menos
Talvez eu falasse menos
O que eu penso de mim
Guardo minha vida a 7 chaves
E faço meu corre pra não ser guardado a 7 palmos
Nós somos alvos então não pergunta aonde vamos
Chuva de lágrimas, pra encher o aquário de camus
Sou frio desde que eu sofri uma execução
Aí, eu nunca me perdi por falta de afeição
Estragando linhas com minha ira
Eu cantando o inferno e cê achando lindo a guerra na síria?
Sério brou? A um passo de perder o controle
A um passo de sair do meu cérebro
A vida como contam os autores
A vida de vocês dentro de computadores, supérfluo
Mas não, ache que eu só te excito nua
Te queimo por dentro igual sal de fruta (eno)
Eu tenho muito mais vontade de calar quando me expresso
Por isso que me converso com o silêncio