Apocalipse, baixo-bateria
Metrópole locomotivaMas eu não posso te dizer que nada aconteceu
Acontece que vi olhos de brilho inconsequente
Brotando improvavelmente como as flores na calçada
Caminhei só, entre ruas asfaltadas
Onde homens sós não param de passar
E veio o sol e as pessoas asfaltadas
Pisaram em flores que acabaram de brotar
Não fui muito mais triste do que pude parecer
E perdi, no ar, o atrito de seus lábios
E a vida continua como um verso insensato
Mas a métrica se perde pelo espaço
Não sei se o paraíso me serve agora
As solidões são de concreto e os frutos proibidos
Me abraça. Me conte parte da sua estória
Criemos crônicas sensatas sobre amores invisíveis
Escorro solitário nas certezas de teu olho nu
Entre baixo-bateria e apocalipse
E apesar de tanto teto, sei que o céu nunca perdeu a cor
Entre baixo-bateria e apocalipse
Trespasso a madrugada com uma espada seca em tom menor
Entre baixo-bateria e apocalipse
Não! Eu não preciso de um beijo agora!
Mas eu preciso de você
Entre baixo-bateria e apocalipse