Sangue e cinzas
Metrópole locomotivaÀ margem de tudo que é ou que será
Fatiar as promessas inteiras
Cumpridas e curtas depois do pôr-do-sol
Cantar porque nunca mandaram
Ou porque incomodo alguém no quinto andar
Chorar por motivos estúpidos
Gritar com as entranhas para a raiva passar
Manchetes, charadas
Tudo isso importa pra nada
Mataram o poeta no seio da madrugada
E quem herdou sua guitarra chorou sangue e cinzas
Chorou sangue e cinzas
E rock and roll
Mentir as bobagens sinceras
Furtar as verdades dos santos sem altar
Subir as escadas inúteis
Cansar estes passos para o tempo cansar
Mostrar que as palavras tem nervos
Cortar as palavras pra dor se torturar
Torcer a raiz dos cabelos
Com verbos que a mente pede pra não lembrar
Manchetes, charadas
Tudo isso importa pra nada
Mataram o poeta no seio da madrugada
E quem herdou sua guitarra chorou sangue e cinzas
Chorou sangue e cinzas
E rock and roll
Dejetos dos anos noventa
Filhos da ex-capital do rock and roll