O lado bom
Metrópole locomotivaÉ que ela esconde o outro lado da vida
O melhor lado é o oposto
Do exposto que eu tanto gosto
A tua face tem dois olhares
Um teu olho é um tanto mais fechado
Que o outro que é tão mais triste
Que dói de ver teu olhar tão distante
Antes que o céu escureça
Dê-me o perdão de todos os pecados
Abaixo o sol e o equador
As cores escuras são tons mal interpretados
É época de ipês amarelíssimos
E de galhos desencapados
O dia conserva tão passivamente
A nudez das folhas que ainda caem
Todo o cansaço que o corpo abriga
Anestesia. Se falta ozônio
Minha cuca esquenta, os neurônios explodem
Se perco a razão, é falta de oxigênio
Você não tem meu apreço
Mas eu tenho o meu preço
Se você quiser comprar
Tudo aqui tem o seu preço
Mesmo tudo que é avesso
Também pode revirar
Com os dois olhos enxergo
Mas também posso estar cego
Se isso for pela nação
Meus olhos estão surdos
Muros, entraves e curdos
Tudo some na explosão