Banco vazio
Miro saldanhaQue tipo de agrado posso te ofertar
E já nem durmo mais direito,
Procurando um jeito de me aproximar
É como se me acovardasse,
Diante dessa classe e desse olhar no chão
E, ao rubor da tua face,
Minha voz calasse sem explicação.
Menina, eu tô calejado
De algum desagrado que a vida me fez
Mas hoje, diante do teu rosto,
Me voltou um gosto de primeira vez
Menina, eu conheço um tanto
Da palavra pranto que os teus olhos têm
E o sabor que vem no mate
Quando a porta bate por detrás de alguém
(Porém me desfaço das penas, pra valer a pena
A vida é uma estrada buena pra se andar a dois
A gente se ampara um no outro nos primeiros passos
E, amanhã, pensa nos passos que dará depois
Se basta um sopro do destino pra mudar a sorte
Eu tenho um rancho de bom porte, ali, beirando o rio
E me basta um sorriso de sim nesse rosto corado
Pra nunca mais matear ao lado de um banco vazio)
Perdão se te causei espanto
Te dizendo tanto, assim, de uma só vez
Perdão se toda essa ansiedade
De algum modo, invade a tua timidez
Faz tempo venho no sufoco
E conversar um pouco me fez bem demais
Mas tudo veio num relance
E se eu perdesse a chance não diria mais.
Eu sei que parece inseguro
Pra um homem maduro, se portar assim
Mas é que já vivi bastante
E achei importante te falar de mim
Me sinto meio adolescente
Aqui, na tua frente, com tremor na voz
Redescobrindo, no teu jeito,
Que o sonho é um direito que é de todos nós
(Porém me desfaço das penas, pra valer a pena
A vida é uma estrada buena pra se andar a dois
A gente se ampara um no outro nos primeiros passos
E, amanhã, pensa nos passos que dará depois
Se basta um sopro do destino pra mudar a sorte
Eu tenho um rancho de bom porte, ali, beirando o rio
E me basta um sorriso de sim nesse rosto corado
Pra nunca mais matear ao lado de um banco vazio)