No bojo da peleia
Miro saldanha(Letra e Música: Miro Saldanha)
Meu pai já me dizia essas verdades,
que o tempo vai domando as rebeldias.
De que valem conselhos, nessa idade,
se o mundo não nos enche as mãos vazias?
A juventude é um rio que nos arrasta,
embalando, nos sonhos, nossos dias
e nem o horizonte, que se afasta,
já não basta
nem tem a dimensão das fantasias!
REFRÃO
Cidade grande é igual faca de corte
onde a mão do mais forte é quem chaireia
é preciso ter raça e muita sorte,
nos momentos que a morte negaceia!
Assim, vou segurando a vida guapa
e, se o laço me escapa, a briga é feia!
Mas, o que é outro tombo ou mais um tapa
pra quem já vem no bojo da peleia?
De vez em quando, bate uma saudade
só então nos lembramos das feridas.
Porém, já não depende de vontade,
já não temos a chave das saídas!
A frieza sem rosto da cidade
vai desumanizando nossas vidas
e, assim, a gente perde a identidade! É verdade!
Vira boi, no curral das avenidas!
Mas, um dia, 'inda volto pra o meu chão,
pra ver campo e clarão de lua cheia,
onde o povo tem alma de cigarra
e o tinir da guitarra 'tá na veia!
Até lá, eu seguro a vida guapa
e, se o laço me escapa, a briga é feia!
Mas, o que é outro tombo ou mais um tapa
pra quem já vem no bojo da peleia?
REFRÃO