Corujas
Paulinho dagomé
corujas na cumeeira
da casa em que me desfaço
e a bola presa a corrente
do espírito que arrasto
e a madrugada e o silencio
e os homens de fúria alada
da casa em que me desfaço
e a bola presa a corrente
do espírito que arrasto
e a madrugada e o silencio
e os homens de fúria alada
mas com você do meu lado
não tenho medo de nada
e a escuridão do futuro
e o passado de fumaça
seringas e canivetes
aborto abismo desgraça
e o tempo fugindo lento
pelos longes da vidraça
mas com você do meu lado
sou um sujeito de raça
e a mesmas questões mesquinhas
que a qualquer poeta assalta
quem sou e fui e porque
vim parar nessa ribalta
coisas de deus e da morte
uivos da noite alta
mas com você do meu lado
enfrento os deuses lata
e as mesmas necessidades
dos homens de qualquer raça
deus a pátria da família
dinheiro amor e cachaça
e o sexo que a grana compra
e a mesma eterna desgraça
mas com você do meu lado
tudo passa tudo passa
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