Sossega meu doce amor
Paulinho dagoméSossega meu doce amor fiquemos as mãos unidas
Contemplando este lago e as suas águas cansadas
Que sentados neste píer e chorando mansamente
Vou fazer uma cantiga bastante desesperada
Um frêmito de agonia percorre a crosta terrestre
Quando o palestino anônimo faz de bombas suas vestes
E aciona o mecanismo que rompe o fino liame
Entre a alma e o corpo na coragem pusilânime
Um fumo de carne humana sobre dos campos de batalha
Velhas pranteiam seus mortos crianças vestem mortalhas
Estatuas tombam em câmera lenta sobre as ruínas
Ao grito dos mutilados pelo estouro das minas
Como num game sangrento sabe todo general
Não possível retorno para o menu principal
Puxe-se então a descarga do cemitério de almas
E apague-se da memória os cogumelos e as armas
Uma chicotada ecoa pelas entranhas da terra
A cada corpo que abriga e ela como que berra
Um lamento planetário pelos filhos de israel
Líbano ira iraque e o seu cálice de fel
Mas todo discurso é pouco pra tamanha estupidez
A gente acaba esquecendo porque é que a guerra se fez
E seguimos tolamente lutando quais suicidas
Pagando com a moeda corrente da própria vida