A chegada
Petrus castrusEscuta a tempestade
A fúria do vento
A noite uivar
Olho ao longe o barco
Uma luz que sobre
No último templo
Homens a lutar
Homens a rezar...
Vem ver
Vem ver as ondas, as rochas
O grito, o estrondo
Vence o mar...
Vence o mar...
O sobrevivente
Terra, enfim
Nascer de novo
Sair dos dedos frios do mar
A começar um gesto seco
Um grito rouco
Cair na areia, amar o chão e descansar
Dormir, sonhar, enfim
O primeiro encontro
Acorde, homem, beba um trago
Se a sede lhe aperta
Minha casa é aqui ao lado
Minha porta é aberta
Assisti a luta nas ondas
Manchadas de sangue
Os outros morreram todos
Do barco não resta nada
Resta nada
Nada...
Nascer de novo
Sair dos dedos frios do mar
Recomeçar...
Um novo amigo
Diz, meu novo amigo
Que país é este?
Há reis noutros sítios
Quem comanda neste?
Estamos na pervônia
Ao medo poente
Ao lado da história
Com uma triste gente
Diz, meu novo amigo
Porque estão eles tristes?
Quem lhes nega a vida?
Quem lhes não assiste?
É um rei tirano
Só ouvira os velhos
...e dizem que é tão feio
Que proibiu os espelhos!
Diz, meu novo amigo
Qual a sua força?
Sejam homens livres
Levem-no pra forca!
É que os pedestais -
Aqueles que caíram
Serviram bem demais
Aqueles que seguiram
Então, novo amigo
Achas tudo bem
É o teu destino
Ignoras a lei!
Cada um por si
À sombra do medo
Nada vale a pena
É sempre muito cedo!
Escuta, novo amigo
Eu quero ajudar-te
Traz os teus amigos
Que eu quero falar-lhes!