Do jeito de um trançador
Robledo martins
A lua minguante em raios de prata
Invade a barraca e faz bem pra courama
Um trago de canha me aquece pra lida
Da guasqueira vida do afã da campanha
Invade a barraca e faz bem pra courama
Um trago de canha me aquece pra lida
Da guasqueira vida do afã da campanha
Aparto o couro a ponta de dedo
E assento o ensejo o lume do aço
Ao lonquear o repaço junto ao sovador
Raspando o couro das tiras que eu traço
Na argola de ferro assim tento a tento
Afirmo o sustento a pulso de ferro
Reforço a menção do corpo do laço
E a trança que eu faço aguenta ao tirão
É do tempo antigo feitio doze braças
Dois tentos comparças dobrados ao meio
Nas mãos compadreio por cima e por baixo
Anunciando o encaixo as tramas do enleio
Trocou o equilíbrio da cola campeira
A sovela parceira comuga no ofício
Por entre orifícios tecendo por fora
A ilhava em cor cobra segundo aos princípios
Das sobras da lonca fabrico a presilha
Da alça a partilha das águas ao montão
Dos calos da mão de tantas rodilhas
Mantenho a família o suor do peão
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