Morte
Vertin mouraCheio de má querências contigo,
De maneira que se tivesse vergonha não me levarias
Pois amo mesmo é a quem te faz oposição.
Inevitavelmente virás e, quando chegares
Que a minha luta tem feito jus aos meus sonhos
Quando vires dispa-se da tua mais bela roupa,
Pois haverá festa não para ti e sim para a vida
Acenderão os meus, seus incensos
Os mais puros vindos de minha terra
Convidem os deuses e deusas da alegria
Convidem também os poetas os loucos todos e todas
Aqueles e aquelas que não venderam suas almas ao acaso
Ao consumismo, ao conformismo.
- Ao lado do meu corpo forçadamente inerte
Um copo com álcool da mais pura carraspana
Nos meus olhos já sem brilho um par de óculos escuros,
Espelhado, para que vejam nele o brilho refletido de seus próprios olhos
Cubram meu peito com uma camisa listrada em três cores:
Preta, branca e vermelha
E minhas pernas com uma calça jeans e os pés com um par de tênis,
Mas por favor, tirem as etiquetas!
Recitem Zé da luz, Pastor, Neruda
Vejam Frida Kallo, Brenand, Rivera
Ouçam Raul e Chico, Jackson e os Beatles (Jacinto!)
Pois que venhas, mas demore a chegar.