Assim me ponho a cantar
Antonio fontouraAo verbo que sai do peito
Se alguns cantam por dever
Pra mim cantar é um direito
Faço verso pra consumo
Por isso são do meu jeito!
Sempre que tenho vontade
Eu tapeio folha de abóbora
Abro a garganta com gosto,
Pois sentimento me sobra
E o verso segue uma linha
Que plata nenhuma dobra
Jamais fui buscar nos livros
Pelagens que ninguém vê
Não sou de cortar cavalo
Querendo me promover
E quando falo da lida
São coisas que sei fazer
Não sou de cortar cavalo
Querendo me promover
Se hoje o pago confunde
Berro de boi com relincho
É por que a templa crioula
Se perdeu n’algum bochincho
Quem se pilcha por beleza
É feito ovo de pelincho
Sustento aquilo que digo
Cantando firmo as minhas puas
Me agrada rondar verdade
Na volta das quatro luas
Conservo a alma campeira
Mais pura que cordas cruas
Sou assim e não recuo,
A consciência é meu decreto
Ando montado a cavalo
Riscando o próprio trajeto
Daquilo que sei, eu falo,
Do contrário eu sigo quieto
Sou assim e não recuo,
A consciência é meu decreto
Sou assim e não recuo,
A consciência é meu decreto
Ando montado a cavalo
Riscando o próprio trajeto
Daquilo que sei eu falo,
Do contrário eu sigo quieto
Sou assim e não recuo,
A consciência é meu decreto
Ando montado a cavalo
Riscando o próprio trajeto
Daquilo que sei eu falo,
Do contrário eu sigo quieto
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