Canto xucro
Antonio fontouraTraz a pátria por sinuelo
Que guardo com muito zelo
No fundo do coração
Nas minhas andanças
Vou fazendo reculuta
Pra cantar a pampa bruta
Sempre ao pé de algum fogão
Nasci liberto
E não tenho a alma pequena
Tenho um par de nazarenas
Que herdei do meu pai
Ando ao tranquito
Gauderiando estrada afora
Na cantiga das esporas
Libertei meu sapucay
Num mouro negro
Com o laço a bate cola
O mundo foi minha escola
Desde cedo meu parceiro
Trago na essência
Vocação pra liberdade
A marca da identidade
Do meu povo missioneiro
Nas pulperías
Quando abraço uma guitarra
Abro o peito na chamarra
Ou bordoneio um chamamé
Quando amanhece
Pego o meu pala do gancho
Largo no rumo do rancho
Onde mora o bem-querer
Este é meu jeito
De taurear com a judiaria
Se escasseia as alegrias
Eu vou pra venda buscar
Así no más
Vou entretendo os desenganos
Nasci pra ser orelhano
E não tenho por que mudar
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