Céu de cruzes
Casa de cabaPara temperar a pele preta
Bala de borracha para apagar a tinta de caneta.
Era para ter nascido ovelha
Mas nasceu humano.
Agora assuma o compromisso com a tua natureza.
Pense não só obedeça.
Levanta a tua cabeça.
Se livra na responsabilidade
E seja o dono da sua própria liberdade.
Deus e o medo que o homem tem
De por as tuas asas e voar alem
Coragem, meu bem! Coragem!
Para ascender o líder bem no fundo do teu peito.
Tu que trouxe a minha cura se levasse a cicatriz
Eu reservaria um canto da minha memoria para esquecer de ti.
Que em teu coração segura a culpa que te faz feliz
E carrega no presente um passado branco como giz.
Desenharam uma cruz no meu céu
Geométrica com luz elétrica
Os meus olhos se encheram de lágrimas.
Spray de pimenta malagueta
Para temperar a pele preta
Bala de borracha para apagar a tinta de caneta.
Nessa hipnose tão estética
Da mitologia sádica
Na clareza tão enigmática
Desse cobertor que me aquece.