Eu, a gaita e as lembranças
Crioulo dos pampasSinto que toco no rastro dos dedos de Don Calisto
Minha'lma se agiganta, minha emoção vem a tona
No duelo da minha garganta e as palhetas da cordeona
Vibram artérias e nervos, a voz, o bronze e o aço
Com melodia sonora harmonizando o compasso
E a musa negra soluça corcoveando nos meus braços
Vibram artérias e nervos, a voz, o bronze e o aço
Com melodia sonora harmonizando o compasso
E a musa negra soluça corcoveando nos meus braços
Contemplando o infinito vejo uma estrela gaviona
Parece o velho ordenando que eu cuide bem da cordeona
Minha gaita, quando eu te abraço, todo o meu ser se arrepia
Somos passado e presente, alma lembrança e poesia
Vibram artérias e nervos, a voz, o bronze e o aço
Com melodia sonora harmonizando o compasso
E a musa negra soluça corcoveando nos meus braços
Gaita que trouxe o meu pão, traz o pão da minha família
E o homem que foi cantor, hoje é uma estrela que brilha
Minha gaita, quando te abre, eu também abro minha memória
Somos dois livros abertos falando da mesma história
Vibram artérias e nervos, a voz, o bronze e o aço
Com melodia sonora harmonizando o compasso
E a musa negra soluça corcoveando nos meus braços