Um novo farrapo
Janaína maia
Acorda bem cedo, levanta e se enfurna
Vagando sem norte ao sol inclemente
Os pés em ferida, as costas ardendo
O pária andarilho as mãos já nem sente
Vagando sem norte ao sol inclemente
Os pés em ferida, as costas ardendo
O pária andarilho as mãos já nem sente
O suor que lhe escorre da fronte enrugada
Mistura-se ao breu de seus olhos parados
Carrega nos ombros as dores e penas
E sonhos constantes que estão protelados
(É mais um vivente que teima em ser guapo
É mais um ginete montando a ilusão
Um homem apenas, um novo farrapo
Peleando com a vida sem armas na mão)
O sonho da escola, pra quando será?
A coberta quente, acaso alcançado?
A boneca pra filha, as botas pra o piá
Nos pés doloridos... um tênis rasgado
Ali vai um taura que foi despachado
Um Cristo campeiro levando sua cruz
E volta ao barraco no charco alagado
Fresteando quimeras num teto sem luz
(É mais um vivente que teima em ser guapo
É mais um ginete montando a ilusão
Um homem apenas, um novo farrapo
Peleando com a vida sem armas na mão)
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