Jardim viola - lecinho e viola
Laécio beethovenLaécio beethoven / lecinho e viola
Se perguntar, só pra saber,
Quantos brasis numa viola podem caber,
Vão responder, sem demorar:
O mesmo tanto de "fulô"
Que o mundo tem pra cheirar.
Ê "fulô" pra cheirar! ê "fulô"!
Ê "fulô" pra cheirar! ê "fulô"!
O bojo de uma viola é mesmo como um jardim.
Qualquer canção tem raiz, as notas cheiram a jasmim.
Os dedos do violeiro feliz são folhas de alecrim.
Sem distinção classe, cor, de tempo ou religião,
As cordas são finos fios de amor ligando a tradição
Todos os quintais deste mundo são versos deste refrão.
Dos solos do djavan aos selos do tom jobim.
/ vai das valsas de chopin às chulas de botequim / (2x).
Ê "fulô" pra cheirar! ê "fulô"!
Ê "fulô" pra cheirar! ê "fulô"!
Dos dedos do bule-bule até a mão do pilão
Do trilho do trem de ferro às linhas da sua mão.
O canarinho da terra floreia o mesmo bordão
Nasceram nesse pomar os versos de assaré
Viola nasceu da mão, a "fulô" renasceu do pé.
Tem um jardim de beleza no peito de quem quiser.
Cantiga é maracujá, forró é "fulô" de açaí,
/ toada "fulô" de chegar. seresta "fulô" de partir / (2x).
Ê "fulô" pra cheirar! ê "fulô"!
Ê "fulô" pra cheirar! ê "fulô"!
Viola vive em qualquer canto do mundo,
Com doutor, com vagabundo, com pobre, com afortunado.
Viola vive em qualquer canto da terra,
Onde há paz e onde há guerra depende do dedilhado.
Viola deixa se tocar por todo dedo,
Não tem birra nem segredo, basta ter gosto por rima.
Viola é prima de cavaco e violão,
Passeia com cebolão rio abaixo e rio acima.