Laécio beethoven

Quem dera

Laécio beethoven
Queria ter vozes da musa,
Perfeitos acordes da lira,
Os ares que a deusa respira.
Queria não saber da recusa.
No tempo da nota, espera
No agudo do harmônio, penar
Quem dera que um céu de luar
Morasse comigo. quem dera!
Verão dentro da primavera,
Com flores no meu solfejar...

Quem dera!

Quem dera falar com as águas.
Ouvir os fungados da aurora
Na orelha de um toco que chora.
Quem dera curar vossas mágoas.
Chegar sem pensar na saída,
Partir quando a mente e a mata,
No frio que o inverno desata,
Tocarem a sonata da vida.
A nova canção construída
Das folhas que o chão arrebata.

Quem dera!

De provar teus encantos, ai que sede!
Bem vinda seja generosidade!
Pomar do mundo, que necessidade
Eu sinto de deitar na tua rede
Banhar-me no teu sumo avermelhado
Comer a brasa que pariu carvões.
Suplica, pois, à deusa das canções
Pra ti um canto mais harmonizado.
Quem dera eu sempre estar do vosso lado
Ao ressonar dos últimos trovões!

Quem dera! quem dera!
Quem dera! quem dera!

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