Leo fazio

Delírio de lorena

Leo fazio
Quando a noite nos cerca
A ferida que pesa
É aquela que a gente nem sabe se vem
E Lorena, não sei
Nem ela sabe
Quis deduzir mas sentiu a saudade
De ter imprevisibilidade no ar
De não saber onde nada vai dar
Mas de nada por quê?
Não tem por onde nem começar?
Pensou Lorena em seu mundo de lá
Ouço o som da cuíca
Que geme, que grita
E chama Lorena para brincar
Mas ela não quer se arriscar
Pois já sujou seus sapatos demais
Ela passou por toda dinâmica
De espera demais pela continuação
Mas até hoje não soube lidar
Com a incerteza do que lhe pode chegar e mudar
Hoje os velhos que pescam
Na sorte e revezam
Comem as fezes dos peixes que pegam
E quando a cerâmica deu-se a quebrar
Lorena viu que não pôde mudar
Mas ela soube, assim por diante
Quão mais distante se faz o esperar
Ela viu beira-mar, quem se viu, quem se vá
Quem sabe Lorena não pôde mais calcular
Ouço o som da esperança
Alegre, mas manca
Tão suicida que pode falhar
Ela pode e deve e Lorena percebe
Que não há neve onde há de secar
E vai secando a cada estação com cara de ação
E Lorena se vê
Fugindo para onde quer que ela consiga olhar e então prever
Luzes, que piscam de noite
É hora do açoite
Hora do tombo, é hora do chá
Hora cabal
Onde o futuro enfim vai chegar e se revelar para Lorena
E nada foi como ela pensou
Ela então suspirou
De todas as vidas que ela provou
Talvez essa, não vista, foi a que mais se encaixou
Então hoje, depois de ontem
Depois de tudo
Depois de um breve eterno amanhã
Que sempre vai Lorena
Vê que a vida não cabe em uma previsão
Ela chora então, cai sobre a mesa
Mas não de tristeza, esta já estava lá
Lorena viu, que na verdade essa vida é fase
E não vale tentar tudo adivinhar
E ela então prosseguiu sem ter mais que pensar
E segue então Lorena a suspirar
Lorena a suspirar
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