Luiz galvão

Colheita

Luiz galvão
O tropeiro em cantoria
Cavalo fiel ao galope
Passeia no pasto farto
Homem levanta cedo
No preparo das amêndoas
costurando o saco cheio
Linhagem amarra a boca
Quebrando e retirando
Deixando cabaças ocas
Fazendeiro de pança cheia
No ramal montado vai
Panacúns com amêndoas doces
Caroços tratados e fermentados
No sucesso de grande colheita
Na roça pinhão sentado
De facão junto ao melado
No ritual de farta colheita
Caroços pelo chão espalhados
Na rotina dos quebradores
Há sombra de galhos verdes
Capataz logo há espreita
Vendo a ruma logo se deita
No escorrer do mel grosso e branco
] merenda farta e uma fruta doce
Cacaueiros brotam e se desfolham
Quebrador remexe a imbira
Enfia a mão e logo tira
O ouro doce na barcaça a solta
No matagal ronco de pico de jaca
Surucucu logo se espanta
Com a coragem dos tropeiros
Caipora os burros afugenta
Na barcaça o ouro se espalha
Pés treinados esparramam
Riqueza do ouro doce e branco
Deixa rastro de nobreza
Pobreza e fama no caminho
Caçuá no lombo pesado tomba
O sol quente se espalha há sombra
Mais tarde caroços já torrados
Pro armazém serão levados
Coroné já rico se afortuna
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