Miro saldanha

Convite

Miro saldanha
Com licença, minha gente
Eu vou entrar
Não sou daqui, só quero contar
De onde o céu é mais azul
Eu vim de lá
Eu sou do Sul e dá pra notar

Minha terra é o Rio Grande
Nesta Pátria Brasileira
É um torrão de barro preto
Bem pertinho da fronteira
Cara alegre e água fresca, tem por lá
Se aperta a mão, do velho ao piá

E se uma cordeona se espicha
No balanço da vaneira,
A moçada alarga o passo
Que nem boi manso em ladeira
E essa turma do pagode vai gostar
O tranco é o mesmo, é só tentar

(E a vaneira vem tinindo
E o chão vai se abrindo
Pra a gente passar
Se empilham os tamancos,
Debaixo dos bancos
E o povo sai branco
De tanto dançar!)

Quando vai parar, repica
E o fole se estica pra lá e pra cá
E a Chica parteira se ri de faceira
E sacode a caveira do jeito que dá!

La vanera es cosa buena de bailar
C'oa mão na mão, marcando no ar
E a direita é na cintura do seu par
Vem cá, morena, que eu vou mostrar!

Quero deixar o convite
De uma gente hospitaleira,
Pra comer uma costela
Bem gorda e assada inteira
E, depois, dê-lhe bailanta, ao deus dará
Quem não tentou, tenta, que dá!

E se uma cordeona se espicha
No balanço da vaneira,
A moçada alarga o passo,
Que nem boi manso em ladeira
E essa turma do pagode vai gostar
O tranco é o mesmo, é só tentar!

(E a vaneira vem tinindo
E o chão vai se abrindo
Pra a gente passar
Se empilham os tamancos,
Debaixo dos bancos
E o povo sai branco
De tanto dançar!)

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