Pra onde voltar
Miro saldanhaE achei tão plano pra me segurar
Quem tudo enxerga, só não vê o engano
Mil horizontes vinham me encontrar
Tranquei minuanos no rancho tapera
E a primavera não me achou por lá
Troquei por nada o que já pouco era
E o peão que eu era se mudou pra cá
Cortei as canhadas
Venci as distâncias
Na poeira da estrada
Deixei as estâncias
Na louca jornada
Buscando o meu sonho de piá
Achei outro mundo
Peões em repontes
De olhos no fundo
Debaixo das pontes
Tornei a buscar horizontes
Porém já não tenho
Pra onde voltar
Fiz preces xucras de cristão teatino
Ao Deus menino que me há de escutar
Pra que não sigam o meu desatino
Neste destino de ilusão sem par
Daqui meu sonho volta ao tranco largo
Nas poucas horas que posso sonhar
Juntando frases num refrão amargo
Que esta saudade me obriga a cantar
Cortei as canhadas
Venci as distâncias
Na poeira da estrada
Deixei as estâncias
Na louca jornada
Buscando o meu sonho de piá
Achei outro mundo
Peões em repontes
De olhos no fundo
Debaixo das pontes
Tornei a buscar horizontes
Porém já não tenho
Pra onde voltar