Paulinho kokay

Amar o mar

Paulinho kokay
As flores de Vandré
Morreram pálidas
Nas ruas cálidas
De Berlim
Sem cores nos sonhos
Sem velhos senhores
Cantos calados de pequim

As flores de Vandré
Morreram mudas
Nas ruas surdas
De moscou
Ficaram nos campos
E nas construções
Ruínas do sonho que desmoronou

Não se fala mais de flores
Não se ouve mais canções
Ninguém mais vai embora, nem faz a hora
Não há mais sangue nas paixões
Mas suas pétalas
Bandeiras intrépidas
Não florescem sem razões
São argumentos
Deslumbramentos
Novas escolas
Antigas lições

As flores de Vandré
Morreram céticas
Nas ruas fétidas
De hanoi
Nos braços dados
E amputados
Dos seus velhos heróis

Mas vou sim
Vou ao mar
Vou amar
A maravilha
De amar o mar

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