Maio 25
Paulinho kokayAs ruas todas molhadas
Crianças abandonadas
Com cola nas ventas
Tentando esquecer
A fome das capitais
Manaus amanheceu festiva
É festa dos colunáveis
Pessoas tão responsáveis
Dão jóias em ouro
Para premiar
O brilho das capitais
Maio 25
25 anos
25 sonhos
Nada mudou
Manaus amanheceu escura
Há bêbados pela calçada
São pais de uma filharada
Que não tem dinheiro
Pra dar de comer
Nos dias das capitais
Manaus amanheceu feliz
É festa nos gabinetes
Políticos fazem banquetes
Tomando whisky pra comemorar
O ganho de capitais
Maio 25
25 anos
25 sonhos
Nada mudou
Manaus amanheceu serena
Mais uma mãe deu a luz
E pôs-lhe o nome de jesus
Esperando, quem sabe,
A sorte chegar
Dos céus das capitais
Manaus amanheceu bonita
É carnaval, boi-bumbá
É claro, pra festejar
Há motivos de sobra
Não há fome
Nas capitais
Maio 25
25 anos
25 sonhos
Nada mudou
Enquanto isso, em algum lugar
Da cidade-sorriso da boca banguela
O artista pinta a sua aquarela
Misturando as cores
Com os dedos dos pés
E olhando pela janela
Uma triste invasão
De jacarés