Olhos de morcego
Paulinho kokay
Andando solitário
Pelas ruas de São Paulo
O meu coração de índio
Não estranha a imensidão
As pessoas vão correndo
Se desviam, nem se olham
Não se encontram, nem dividem
A sua solidão
E eu caminho leve
Muito sonho na cabeça
A saudade da aldeia
E uma rosa em cada mão
O meu rio que é sempre negro
Viajando em minhas veias
Um sorriso desenhado
Na blusa de algodão
Pelas ruas de São Paulo
O meu coração de índio
Não estranha a imensidão
As pessoas vão correndo
Se desviam, nem se olham
Não se encontram, nem dividem
A sua solidão
E eu caminho leve
Muito sonho na cabeça
A saudade da aldeia
E uma rosa em cada mão
O meu rio que é sempre negro
Viajando em minhas veias
Um sorriso desenhado
Na blusa de algodão
A cidade é grande
Grande é meu delírio
A cidade expande
E aguça os meus sentidos
Mas meu coração de índio
Não se entrega aos seus caprichos
O coração pulsando
E os carros na paulista
Os meus olhos de artista
Lacrimejam ilusão
E a vida se dissolve
Sobre as linhas do metrô
Massacrada sem piedade
Por uma multidão
O céu escuro bebe
Escondendo a alegria
Os meus olhos de morcego
Decifrando a escuridão
O meu coração de índio
Firme e forte, não arrega
Segue em frente, atrevido
Movido a paixão
A cidade é grande
Grande é meu delírio
A cidade expande
E aguça os meus sentidos
Mas meu coração de índio
Não se entrega aos seus caprichos
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