Moenda
Paulo matricóBicho de cêra
Cheirando a mel
Fumaça que sai da caldeira
Incendeia a ribeira
Subindo pro céu
Mocinhas que eram lavadeiras
Passavam faceiras
Risos e gracejos
Dançavam qual borboleta
Cruzando rozeta
Excitando desejos
Madrugadas no engenho
Conversas de fornaieiro
Vapor sobe da fervura
Apura a doçura
E aquece o corpo inteiro
Êh, êh, êh, um tacho de
Mel ferve de saudade
Moenda machuca o doce
Que a terra trouxe
Pra gume da cana
Abelha esquece da morada
E fica embriagada
Durante a semana
Um boi que rodava sofrido
No mesmo sentido
A almanjarra embalava
Cansado de olhos no chão
Sentido a impressão
Que o mundo parava
Madrugadas no engenho
Conversas de fornaieiro
Vapor sobe da fervura
Apura a doçura
E aquece o corpo inteiro
Êh, êh, êh, um carro boi canta de saudade
Do sonho que vem da fazenda
Levo uma moenda
Cá dentro de mim
Existe uma lembrança infinda
Da cabloca linda
Puxando alfinin