Morte de lapião
Paulo matricó
Eu sou da terra
Onde o sol abrasa
Nasci na casa
Do pé da serra
O que me encerra
Na solidão
Meu coração
É forasteiro
Sou cangaceiro
Sou lampião
Onde o sol abrasa
Nasci na casa
Do pé da serra
O que me encerra
Na solidão
Meu coração
É forasteiro
Sou cangaceiro
Sou lampião
Ando na sombra
Sou véu da noite
Quem vê de açoite
Foge, se assombra
Meu rifle tromba
Na escuridão
Sou criação
Feroz que o tempo
Tornou sangrento
Sou lampião
Sou bacamarte
Vereda caatinga
Manha e mandiga
Tecendo a sorte
Carrego a morte
Na matulão
Brotei do chão
Seco da terra
Cuspindo a guerra
Sou lampião
Cresci andante
Serco e novelo
Sou pesadelo
Espanta volante
Aço escaldante
Couro e gibão
Minah canção
É a ventania
Cortante e fria
Sou lampião
Dos bandoleiros
A esperteza
A natureza
Dos violeiros
Como os romeiros
A devoção
Pelo Romão
Nordestino
Sou Virgulino
O lampião
Sangue de clã
Nos desafios
Agouro arrepios
Chôro, acauã
Sol da manhã
Queima o sertão
Tocha de mão
Fogo certeiro
Ardil candieiro
Sou lampião
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