Chico pingunÇo
Poeta j sousaNo sertão do Piauí
Foi o maior cachaceiro
Que até hoje eu conheci
Era um degenerado
Só vivia embriagado
E repartia a semana
De uma maneira vulgar
Dois dias para jogar
E cinco pra beber cana.
O dinheiro que ganhava
Não dava nem para as cachaças
Quando bebia caía
Pelas sarjetas das praças
E por lá mesmo dormia
Somente no outro dia
Era que em casa chegava
E com a ressaca da cana
O restante da semana
Sem fazer nada passava
A mulher lavava roupa
Dos outros para ganhar
O arroz e o feijão
Para fome não passar
Trabalhando todo dia
Coitadinha, conseguia
Trazer pra casa o pão
Apesar de um olho cego
E o Chico não dava um prego
Numa barra de sabão
E além de não trabalhar
Comia o que ela ganhava
Nem nas tarefas de casa
O infeliz ajudava
Ao invés de trabalhar
Vivia de bar em bar
E também em banca de jogo,
Na ruindade era um herói
Desses que não se destrói
Nem mesmo tocando fogo.
Como eu já disse o Chico
Quando bebia dormia
Pelas praças e calçadas
Só vinha no outro dia,
Mas sabe o que aconteceu?
Um dia ele bebeu
Uma cachaça da pesada
Mas não foi dormir na rua
Voltou foi pra casa sua
Três horas da madrugada.
Nessa noite aconteceu
Uma coisa engraçada
O que ele fez com a esposa
Foi mesmo uma piada
Quando em casa chegou
Bateu na porta e chamou
A esposa, aborrecido,
Ela saiu cochilando
Pois por ele esperando
Inda não tinha dormido.
Quando ela abriu a porta
Ele entrou embriagado
Ela aí lhe perguntou:
“onde estava desgraçado”?
Por que vem chegando agora?
Tava por aí a fora
Atrás de prostituir?
Eu não fui nem me deitar
Esperando tu chegar
Pra eu poder ir dormir!"
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