O vaqueiro na capital
Poeta j sousaDe alegria é cheio
Mas tando na capital
Padece grande aperreio
E se sente mais perdido
Do que cego em tiroteio
Vaqueiro na capital
Sofre que só a desgraça
Vê seu rosto lá no vidro
Das vidraças onde passa
E pensa que é outro vaqueiro
Que está por detrás da vidraça
Vaqueiro passa por besta
Estando na capital
Ver a estátua dum boi
Feita artificial
E ele vai tanger pensando
Que é um boi natural
Vaqueiro na capital
Roda mais do que cigano
Ver alguém de paletó
E ele diz cheio de engano
O meu gibão é de couro
E o desse tonto é de pano
Vaqueiro na capital
Mostra que não é sabido
Ver um padre de batina
E ele diz todo aturdido
Nesse inferno a gente ver
Até macho de vestido
Vaqueiro na capital
Dá bom dia a manequim
O manequim não responde
E ele sai dizendo assim
Ou cabra mal educado
Nem deu bom dia pra mim
Vaqueiro na capital
É um trem fora da linha
Ver uma tv ligada
E ele diz de voz baixinha
Eu não sei exatamente
Como cabe tanta gente
Dentro daquela caixinha
No meu papel de poeta
Repentista e violeiro
Eu compus esse poema
Dizendo aos companheiro
Que a capital não é
Um bom lugar pra vaqueiro
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