Matei meu cachorro
Poeta j sousaCom muita estimação
O seu nome era dourado
Raça pastor alemão
Ele era um defensor
Vigia e pastorador
Da minha família amada
Defendendo do perigo
Nossa casa, nosso abrigo
Nossa importante morada
Além de muito esperto
Era um autêntico vigia
Com o que chegasse na porta
Ele rosnava e latia
Bicho e ladrão que chegava
Ele logo espantava
Nos prestando segurança
Era um cachorro amado
Querido e estimado
Por toda a vizinhança
Se chegasse alguém de fora
Ele tomava a frente
Onde meus filhos brincasse
Ele estava ali presente
Da casa tomava conta
Andando de ponta a ponta
Ao redor do prédio meu
Era um cachorro decente
Nem precisava corrente
Sobre o pescoço seu
Certa manhã de domingo
Como eu era acostumado
Fui passear na cidade
Com a família de lado
E em casa sem ninguém
Deixamos nosso neném
Pelo meu cão vigiado
Pela praça passeamos
E ao meio dia voltamos
Ao nosso lar tão amado
Quando em casa cheguei
Abri a porta do meio
Ouvi o meu cão na sala
Soltando latido feio
Quando a porta se abriu
O meu cachorro saiu
De sangue todo melado
Naquele mesmo momento
Me veio um mau pensamento
E eu fiquei preocupado
Quando a minha mulher viu
O cachorro ensanguentado
Gritou: "o nosso cachorro
Está louco e enraivado
E matou nosso menino
Valhei-me meu Deus divino
Perdemos um filho amado
E naquele desespero
Perdi os nervos ligeiro
Fiquei desorientado.
Bati de mão ao revolver
A mulher louca a gritar
O cão partiu para mim
Querendo me abraçar
Mas eu sem entender nada
Com a arma engatilhada
No meu cão eu atirei
O pobre caiu gritando
Com a dor no chão rolando
Quando a arma disparei
Quando o cachorro caiu
Entrei no quarto apressado
Vi o menino no berço
Chorando muito assustado
E bem perto do colchão
Um homem morto no chão
Todo rasgado de dente
Era um ladrão que entrou
E meu cachorro o matou
Antes de roubar a gente
Desesperado gritei,
Meu Deus o que foi que eu fiz?
Matei o nosso cachorro
Por causa desse infeliz
E chorando entristecido
Eu arrastei o bandido
Que estava morto pra fora
Lá fora foi que chorei
Quando o cão eu avistei
Latindo como quem chora
Meu cachorro ainda vivo
Quando avistou o ladrão
Se arrastou até o corpo
Irado feito um leão
Naquele mesmo instante
Mordeu o corpo bastante
Do miserável ladrão
Depois que muito mordeu
Ficou olhando pra eu
Gemendo de dor no chão
Todo mundo ali chorava
No momento amargurado
Meu cão balançou a calda
Olhando para o meu lado
Depois que muito me olhou
A cabeça balançou
Ali deitado no chão
Como querendo dizer
Meu dono eu vou morrer
Mas te dou o meu perdão
Depois deitou a cabeça
Sobre o chão e gemeu
Em menos de um minuto
Abriu a boca e morreu
Tive um abalo fatal
Passei um mês muito mal
De tristeza quase morro
Faz anos desse ato bruto
Mas até hoje eu escuto
O latir do meu cachorro.
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