Doação de Órgãos (sextilhas)
Poeta j sousaQue tem milhões de habitantes
Agora é vontade expressa
Coisa que não era antes
Pelas cláusulas aprovadas
Da nova lei dos transplantes
Para salvar semelhantes
Gerou-se a polêmica séria
Doando pulmões e córneas
Coração, fígado e artéria
Parte do morto se adapta
Viver em outra matéria
A dor é tão deletéria
Que há contradições na dor
Dum lado em pânico a família
De quem vai ser doador
E do outro a felicidade
Do próximo receptor
A a.b.t.o quer por
Em prática as novas medidas
Em pacientes distintos
As doações deferidas
O corpo de um ser humano
Dá pra salvar nove vidas
De esperanças vencidas
Temos muito paciente
Pra cada milhão são feitos
Cinco transplantes somente
A Espanha faz quarenta
Oito vezes mais que a gente
Centrais de transplante urgente
Só temos em oito estados
Temos seis mil hospitais
Ao sus conveniados
Mas só em cento e quarenta
Os órgãos são transplantados
Os corpos só são cortados
Quando a família libera
O sistema de coletas
Muita eficácia não gera
E mais de vinte mil pessoas
Sofrem na fila de espera
Mas quando não se acelera
O ato de doação
Do organismo as enzimas
Devorando as células vão
As bactérias invadem
E começa a putrefação
Invés de doar ao chão
Feliz quem ao próximo doa
O milagre os médicos fazem
Deus ao transplante abençoa
E o coração do cadáver
Dar vida a outra pessoa
Quem tem musculação boa
E saudável consegue ser
Ossos, pâncreas, rins e pele
São fáceis de remover
E quase não existem chances
De rejeição ocorrer
É difícil convencer
Quem não tem boa vontade
Hoje muitos são sadios
Pela generosidade
De quem transformou a perda
Em solidariedade
É dura a realidade
Achar isso natural
Ter batimentos cardíacos
Ter pressão arterial
E a batelada de exames
Prova a morte cerebral
A lei substancial
Que passou nos dois poderes
Além de deixar o tráfico
Sem direitos e deveres
Faz com que aumente o núcleo
Do ciclo vital dos seres
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