Esmola dura danada
Poeta j sousaNesse mundo de meu Deus
E eu gosto de narrar
Tudo nos poemas meus
Tudo que alguém me prova
Eu transformo logo em trova
Porque sou um trovador
E em tudo que eu narrar
Sempre gosto de botar
um pouquinho de humor.
Nesse poema eu conto
O que eu vi outro dia
Numa cidade aqui perto
Dentro da delegacia
Enquanto ali eu estava
O delegado interrogava
O pobre de um mendigo
Que andava perambulando
Pelas ruas mendigando
Junto com outro amigo
Eu vi quando o delegado
Para o mendigo falou:
"Aqui veio uma senhora
E uma queixa prestou
E pelo que ela disse
Você fez uma burrice
Das maiores da cidade
E eu mandei lhe chamar
Pra você aqui falar
Mas só falar a verdade.
Ela disse que você
Chegou lá na casa dela
Bateu na porta e depois
Pediu uma esmola a ela
E depois que ela deu
Você nem agradeceu
Em vez disso atirou
Uma pedra na janela
Da bonita casa dela
E a vidraça quebrou.
Diga agora mendigo
Porque você atirou
Uma pedra na janela
Da casa dela e quebrou?
Dá pra você explicar
Como é que alguém te dar
Uma esmolinha boa
E tu faz é atirar
Uma pedra e quebrar
A janela da pessoa?
A queixa dela procede?
Qual é a sua versão?
Se for verdade você
Vai agora pra prisão,
Se quiser almoço e ceia
Vai mendigar na cadeia
O mais terrível setor
Pra deixar de ser maldoso
Fazendo um ato doloso
Com quem lhe faz um favor."
O coitado do mendigo
Sem as lagrimas segurar
Respondeu pro delegado
Por essa forma a chorar:
"Delegado, por favor
Tenha dó da minha dor
E não mande prender eu
Eu atirei mesmo patrão
Mas não foi uma pedra não
Foi o pão que ela me deu!"
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