Sogra morta sem enterro
Poeta j sousaNa casa dum irmão meu
E nem estava sabendo
Que a sogra dele morreu
Na hora que lá cheguei
A ele cumprimentei
Ele me cumprimentou,
Abriu a porta, eu entrei
Numa cadeira sentei
Depois que ele mandou.
Enquanto a esposa dele
O almoço preparava
Sentado frente a frente
Com ele eu conversava
A esposa dele trouxe
Um lanchinho de pão com doce
Com uma xícara de café
A a gente ia conversando
E o tempo se passando
Que a gente nem dava fé
Quando bateu onze horas
A esposa dela botou
O almoço e pra almoçar
A nós dois logo chamou
Ligeiro igual uma bala
Ele me levou pra sala
Onde estava a comida
Eu comecei a comer
Sentindo muito prazer
Porque tava bem cozida.
Terminada a refeição
Veio logo a sobremesa
Doce de leite bem feito
E eu achei uma beleza
Depois que eu comi o doce
A esposa dele trouxe
Um copo com água fria
Depois que a água eu bebi
A ela agradeci
Muito obrigado, maria!"
Nisso eu fui pedi a ele
Para usar o banheiro
Ele foi me disse assim:
"Pode usar, companheiro!"
Para o banheiro parti
E lá na cozinha vi
Numa mesa um caixão
Quando o caixão avistei
A ele eu perguntei,
O que é aquilo meu irmão?
Ele foi me respondeu:
Com um jeito de sacana
"É minha sogra que morreu
Tá fazendo uma semana
E assim que ela morreu
Eu peguei o corpo seu
E bem ligeiro salguei
E depois dele salgado
Enrolei bem enrolado
E nesse caixão botei!"
Aí eu vendo o caixão
Grande que só uma serra
Fui e perguntei a ele
E por que tu não enterra?
Ele foi se levantou
E dessa forma falou
Sem gaguejo e sem boato:
"Pra ser sincero a você
Eu só não enterrei por que
Quem enterra merda é gato!'
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