Rappek

Sin city

Rappek
Uma piada
O comediante assassinado, enterrado na chuva
Será que é isso que acontece com a gente?
Sem tempo pros amigos, só os inimigos deixam flores
Vidas violentas acabando violentamente

Dinheiro vem, mas ele vai
Quantos dariam tudo pra ter de volta seus pais?

Quantos deixariam o mundo em troca da paz?
Quantos comemoram enquanto outro anjo cai?

Um sorriso atrai, mas é o olhar que trai
Com o coração na mão, a vista me distrai

Sem tempo pra perder, eu já nem penso mais
Eu já nem corro atrás, o meu o acaso traz

Minha motivação é o sol de cada manhã
Vivendo hoje como se não existisse amanhã

Não tenho sorte, eu tenho fé, esquece o talismã
Se a vida é louca, então mantenho minha mente sã

Isso é São Paulo, a cidade do pecado
Onde jovens morrem cedo e os corpos são jogados

Os muros parecem quadros, meus manos são enquadrados
Em cada beco eu vejo um sonho ser tragado

A natureza humana é selvagem
Não importa o quanto se tente encobrir ou disfarçar
Uma vez eu ouvi essa piada
Boa piada, todo mundo ri

Observando esses carros que vem e vão
Eu me encontro só no meio dessa multidão

Busque o que quer, eu só não quero morrer em vão
Alimentando ilusões e alguma frustração

Escolha as armas, nós temos muita munição
Botei meu ódio e meu amor nessa composição

Eu sou feliz, mas essa dor me dá inspiração
Sobrevivendo aos temporais, isso é superação

Meus versos são atemporais, o que você procura?
Se muitas vezes do veneno é que se extrai a cura

Se o sentimento é pequeno, a relação não dura
Quebrei a cara, mas preencho essa rachadura

São Paulo é tipo uma mulher que te deixa na Bad
Atrás de orgia, eu imagino até o que se sucede

Mas ela excede, vadia, eu não sou o Brad
Tô indo embora e você sabe, nada me impede

E a gente se despede
Vagabunda!

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