Vitorino

Andorinha negra

Vitorino
Num belo dia, voltou outra vez
já me tardava a frescura em flor,
dos malmequeres dos Maios que perdi,
tímido cravo deixo leve odor...

Mesmo que tarde, sempre esperarei
da andorinha o cantar renovado
no meu beiral todo o ano guarde:
afectos para te ter ao meu lado

Lá pra Setembro, quando o sol mudar
dirás "Adeus porque me vou embora"
negras as asas, negro é abalar
guardam-se as mágoas, pela vida fora

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