Cantiga de uma greve de verão
Vitorino
Seara madura de Junho
Campos eternos sem fim
Abro o peito fecho o punho
Quando te inclinas para mim
Campos eternos sem fim
Abro o peito fecho o punho
Quando te inclinas para mim
Minha vila não está quieta
No tamanho do horizonte
Desconfia e fica alerta
Do sorriso de boi manso
Do morgado arrogante
Quando o trigo amadurece
Chega-me a força cá dentro
Como a da espiga pró grão
Troco foice por espingarda
Porque má paga é que não
Alentejanos prá frente
O sol está do nosso lado
Caçadeira atrás da porta
Queremos um Verão quente
Para a herdade do morgado.
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