Defuntos

Frigidas memorias de uma noite perene

Defuntos
Por entre cantos arrasto o meu cadáver
Deslizo para o abismo, para o fim
Sempre com reflexões de desespero e tormento
Sem conhecer o verdadeiro sentido da minha natureza
Anseio a morte vinda de outras veias
Desencontro-me de raras emoções, longínquas como o meu passado
No silêncio da noite, suspiros trazem inícios de dor
Insatisfação e desgosto perduram durante longas jornadas
Pequenas porções da eternidade, fragmentam-se…
Ventos distantes tornam-se no meu refúgio, o meu abrigo
A tua sepultura é a minha alma
Memórias sinistras aclamam para sair dum interior vazio
Lembranças que poderiam ser eternas
Como a Morte é na desconhecida perspectiva da vida
Olho para o que poderia sentir, impossível de atingir
Um fardo que carrego com custo, que me eleva ao sofrimento
Espreito através do castanho dominante, uma luz que me cega
Atinjo o precipício da desolação interior
Junto ao fogo, aguardo com sacrifício para que este não fuja
Nada fica para sempre, apenas a dor que me corrói
A dor que me corrói intensamente…
Partilhei a minha alma com a sua beleza, mas a vida traiu-me…
Afundo-me sem esperança…
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