Defuntos

Luctus maeror

Defuntos
É na noite vindoura que a tristeza aparece…

Ela caminha no escuro, com o candelabro nas mãos
Iluminando a vereda onde o seu filho brincava
Trazendo à memória lembranças amargas

O seu véu preto… Abriga-a do frio cortante que se faz sentir
E esconde as suas lágrimas de si mesma
Lágrimas desperdiçadas sem fim
A dor encontra o seu caminho para o exterior

Nesta noite o funeral assombra…
A chuva cai suavemente sobre as telhas
O seu som hipnotiza o pensamento
Ela escorre pelas paredes antigas, deixando marcas da sua presença
Como a Morte deixa na vida

Banquetes são dados em honra do Morto
A família junta-se num mundo de condolências
Numa mesa que jamais ficará completa
Faltando um lugar, o retrato do Morto substitui o seu corpo

O desespero toca-a nesta negra madrugada
Esta herança jamais será esquecida, pela pobre mulher
O Luto pelo finado revela-se constante no futuro
A sua linhagem chegou ao fim

A Morte é a mãe da vida…

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