Defuntos

O nosso funeral...

Defuntos
Olhamos para baixo, para corpos pútridos
Nós, de cima, em breve lá chegaremos
Em seu tempo… Com descanso…

Inúmeras são as vezes que a Morte desperta reflexões obscuras
Neste profundo Inverno, as almas vagueiam sem direcção
Das latrinas vejo o nosso futuro, a nossa vida sem sentido
Vivo com esta visão a correr-me o espírito,
A desfazer-se lentamente…

Com os punhos cerrados, o Ódio vem ao de cima
Dias de esperança tornam-se agoniantes e deixam a apatia penetrar
Os anos passados são para esquecer e os vindouros somente miséria trarão
O vazio que fica é apreciado em silêncio, sem mais nada…

Nestes bosques inalterados pelo tempo, os trilhos prevalecem sinistros
O luar incide nos tormentos de uma recordação maculada, decepando-a

O meu funeral está para advir, numa noite lúgubre os meus choros ouvir-se-ão
O meu funeral está para advir, tranquilo irei abraça-lo sem tristeza…

O nosso funeral - Alma marcha de dolência.

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