Nicácio
Arthur mattosQue eu vou sentar os recado' pra tratar essa fina flor
Dar baldas pro corredor, gravando os cascos dos pingos
Na estendida dos domingos que é vício pra um domador
De correr vaca, Nicácio ajeita a crina da cola
Pois até sinto demora pra ir alcançando a perna
Vou cruzar esta primavera olfateando mais a flores
E recordando os amores que se quedaram na espera
Ah, há, há, há, há, me dê licença que, no más, num upa
Sento a ossamenta
Ah, há, há, há, há, me dê licença que, no más, a Zaina
Já me pede riendas
Entre os dois pelego' preto', ajeita o pala encarnado
Mas, o bocal bem sovado, deixa que eu ajeito nos queixo'
Pois largo a trote direito à pulperia da vila
Saborear umas sangrias que tanto bem faz' ao peito
Alcança as rédea' que gosto, as fina' chata' ponchada'
Que ganhei uma vez passada quando ajeitei um Bragado
Vou soltar ao trote largo, franja de pala ao vento
Vou num galope meia rédea dando asas pra meu lenço
Ah, há, há, há, há, me dê licença que, no más, num upa
Sento a ossamenta
Ah, há, há, há, há, me dê licença que, no más, a Zaina
Já me pede riendas
Ah, há, há, há, há, me dê licença que, no más, num upa
Sento a ossamenta
Ah, há, há, há, há, me dê licença que, no más, a Zaina
Já me pede riendas