Pitaluga de luzeiro
Arthur mattosJá cantei os meus amores
Pros cavalos, dei arreios
E, pra elas, levei flores
Meus cavalos me levaram
Junto ao destino de andar
Nos cavalos, tenho a vida
Preso a vida, meu cantar
Pitaluga de luzeiro
Um Bragado escarceador
Vem, nas bragas, fulgurando
Traços rubros de uma flor
Pitaluga de luzeiro
Com luzeiros no olhar
O que ele traz nos olhos
Trago eu no meu cantar
O que ele traz nos olhos
Trago eu no meu cantar
Canto mais um pingo bueno
Companheiro de jornada
Quando levo o pé no estribo
Eu garanto a gauchada
Se eu tapeio o aba larga
Por garboso, abano a crina
E campeio a flor mais xucra
Para a trança d'uma china
E campeio a flor mais xucra
Para a trança d'uma china
Pitaluga de luzeiro
Um Bragado escarceador
Vem, nas bragas, fulgurando
Traços rubros de uma flor
Vem, nas bragas, fulgurando
Traços rubros de uma flor
O maior dos meus pecados
Eu pequei por um encanto
Foi o roubo de uma flor
Que floria um camposanto
Na mais alta cruz de ferro
Palanqueei o meu Bragado
Pela alma do meu flete
Foi só meu este pecado
Pela alma do meu flete
Foi só meu este pecado
Pela flor que dei pra china
O pecado foi desfeito
Pois, decerto, o falecido
Me perdoou deste malfeito
Espantou-se o pitaluga
Quando a china fez a carga
Por um beijo, nem deu tempo
De sacar meu aba larga
Por um beijo, nem deu tempo
De sacar meu aba larga
Pitaluga de luzeiro
Com luzeiros no olhar
O que ele traz nos olhos
Trago eu no meu cantar
O que ele traz nos olhos
Trago eu no meu cantar
Já cantei os meus cavalos
Já cantei os meus amores
Pros cavalos, dei arreios
E, pra elas, ah, pra elas, levei flores
Meus cavalos me levaram
Junto ao destino de andar
Nos cavalos, tenho a vida
Preso a vida, meu cantar
Pitaluga de luzeiro
Um Bragado escarceador
Vem, nas bragas, fulgurando
Traços rubros de uma flor
Pitaluga de luzeiro
Com luzeiros no olhar
O que ele traz nos olhos
Trago eu no meu cantar
O que ele traz nos olhos
Trago eu no meu cantar
O que ele traz nos olhos
Trago eu no meu cantar