Sebruna
Arthur mattosSe entreverou na mangueira com umas égua' mansarrona'
Quando atorava a cordeona, o assovio encurtava
O sovéu se acolherava pescoceando a ariscona
Aperta mas não enforca! É o grito de quem se arrima
Que o sovéu é uma linha d'onde o buçal galopeia
Se afirma atrás da orelha antes que a égua se polgue
Que eu vou caucheno de trote pra tironear na peleia
Não deixe que se golpeie a Baia, potra Sebruna
Mescla de noite de lua o encardido do pêlo
É cria de um Cabos Negro' com uma Baia Encerada
Ungida pelo sereno no colo da madrugada
Ajeito pro meu andar, de boca que é uma balança
Nas crina' larga' de trança, acendo um toso parelho
E que fique, quando apeio, cinchando solita no laço
E quando, ao trote ou a passo, um balancim pra os arreios
Não deixe que se golpeie a Baia, potra Sebruna
Mescla de noite de lua o encardido do pêlo
É cria de um Cabos Negro' com uma Baia Encerada
Ungida pelo sereno no colo da madrugada
Ungida pelo sereno no colo da madrugada