A alma caseira desses sonhadores
Gustavo teixeiraTem os olhos fechados quando ela quer
Tem sonhos eternos e medos errantes
Nos olhos distantes de alguma mulher
E às vezes se entrega por ser costumeira
Mostrando-se inteira pra quem bem quiser
Não sabe ainda das coisas do longe
Que a vida revela pra quem merecer
Nem sabe que o tempo e a distância revelam
Saudades que levam a gente a esquecer
Das tantas volteadas e dores sentidas
Que amarram a vida só pra nos prender
Guerreira alma caseira olhai por nós
Que cultivamos sonhos demais pra um corpo só
Que andamos às vezes bastante perdidos
Um pouco esquecidos nestes cafundós
Pois tu que conheces todas as minhas caras
Vem, solta as amarras, e desfaz esse nó
Queria que o tempo mandasse noticias
Das vozes antigas que a garganta calou
Memorias que a alma às vezes renasce
Como que se escutasse alguém que cantou
Os versos melhores daquelas saudade
Ou alguma verdade que o passado olvidou
A alma caseira desses sonhadores
Não cabe no corpo se a vida extravasa
Parece que ganha seus rumos intensos
Às vezes imensos pra força das asas
E aos olhos dos outros se mostram constantes
Mas viajam distantes sem sair de casa