Flor do campo
Gustavo teixeira
A flor branca das restevas
Cresce bem enraizada
E inça logo a terra hortada
Quando o tempo é chovedor.
A flor-do-cardo, espinhenta,
Solta as plumas quando venta
E arisca o boi lavrador.
Cresce bem enraizada
E inça logo a terra hortada
Quando o tempo é chovedor.
A flor-do-cardo, espinhenta,
Solta as plumas quando venta
E arisca o boi lavrador.
O lírio-branco das lagoas
Parece,ao vento acenando,
Copos de leite espumando
Com o orvalho da madrugada.
E quando passa um gaudério,
O distrai jogando o sério
Pra ele errar a encruzilhada.
Lindas florzinhas matutas
Chamadas de “flor do campo”,
As chinas lhe deram o encanto
Das suas histórias de amor.
E pelos rincões esquecidos
Se casou com dois maridos:
Com o vento e com o beija-flor.
A flor do trevo vermelho,
Pigmentando a coxilha,
Com os trevos de carretilha
Enfeitam as manhãs de geada.
E, entre as plantas da lavoura,
Como é linda a salsa moura
Com o seu feitio de grinalda.
Linda é a “flor do quero-quero”
Que anuncia a primavera,
E a margarida que espera
Renascer o pasto velho.
E o abril pinta os caminhos
Com os “bibis-de-carocinho”
Roxos, brancos e amarelos.
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